Jararaca (Bothrops)
Também conhecida como jararacuçu, urutu, cotiara, caiçara, boca-de-sapo, etc. Existem em todo o Brasil e em todo tipo de terreno e vegetação. Sua picada causa inchaço e perda de sangue, inclusive pelas gengivas. Como tratamento, usa-se o soro antiofídico, o soro anti-botrópico (específico), ou ainda o soro anti-botrópico-laquético. Na Amazônia, se dá o nome de surucucu às jararacas e às picos-de-jaca, enquanto que no Sul do País, o nome surucucu só é dado para as picos-de-jaca.

Picos-de-jaca (Lachesis)
Os sintomas de sua picada são os mesmos da picada da jararaca: inchaço e hemorragia. O soro específico a ser usado é o soro anti-laquético, porém na Amazônia, dada a dificuldade para diferenciar as picos-de-jaca das jararacas, deve ser usado o soro antibotrópico-laquético, que serve para os dois tipos de cobra. As picos-de-jaca são encontradas na Amazônia e na Mata Atlântica, do Rio de Janeiro até a Paraíba.

Cascavel (Crotalus)
A cascavel é identificada pelo chocalho característico em sua cauda. Os sintomas da sua picada são a dificuldade de abrir os olhos, a visão dupla, a chamada "cara de bêbado" e a urina cor de coca-cola. O tratamento consiste na aplicação do soro anti-crotálico ou do soro anti-ofídico polivalente. Encontram-se nas regiões de campo do Centro, Sul, Nordeste e da Amazônia. Nunca sào encontradas, entretanto, no interior das florestas.

Coral-verdadeira (Micrurus)
Sua picada causa dificuldade em abrir os olhos e visão dupla e "cara de bêbado" (como a cascavel) mas, além disso, sufocação. O tratamento consiste na aplicação do soro anti-elapídico e apenas este. As corais verdadeiras existem em todo o Brasil, e em qualquer terreno. A diferença da falsa-coral é que nesta, os anéis não contornam todo o corpo da cobra.

Aranha armadeira (Phoneutria)
Esta aranha mede até 5 cm de corpo e até 15 cm de envergadura de pernas. Vive em folhagens, bananeiras e dentro de casa. Sua picada causa dor muito intensa. O tratamento, na maioria dos casos, é só para a dor, com um anestésico tipo xilocaína Em crianças e ocorrências graves com adultos, aplicar o soro antiaracnídico, depois de prova de alergia.
Tarântula (Lycosa)
Conhecida também como aranha de jardim e aranha de grama (inclusive da Rural), tem até 3 cm de corpo e 5 cm de pernas. É uma das mais venenosas conhecidas e causa até necrose do tecido picado. Possui no dorso do abdômen um desenho parecido com uma ponta de flecha. Não existe tratamento específico para casos da sua picada.
Aranha marrom (Loxosceles)
Esta aranha mede 1 cm de corpo e tem pernas longas e finas. É encontrada em pilhas de tijolos, telhas, barrancos e nas residências. É uma das mais perigosas, de picada traiçoeira, pois na hora quase não causa dor e às vezes a pessoa nem sabe que foi picada. A partir de 12 horas após a picada, porém, surge a dor local, inchaço, mal-estar geral, náuseas e febre. Pode levar à gangrena e à necrose. Deve-se ministrar o soro antiloxoscélico, pois não basta tratar apenas a dor.
Caranguejeira (Grammostola)
São aranhas cabeludas e de grandes dimensões, com ferrões grandes, responsáveis por picadas extremamente dolorosas. A dor não é causada pelo veneno e sim pela simples picada. Não existe tratamento específico. Pode-se aplicar no local da picada um anti-histamínico, sob recomendação médica. São comuns na Amazônia e em outras partes do Brasil.
escorpiao.gif Escopião preto (Tityus bahiensis)
Escorpião amarelo (Tityus serrulatus
O escorpião preto, também conhecido como escorpião marrom, tem cor escura e cauda avermelhada. De hábitos noturnos, esconde-se durante o dia sob madeiras ou pedras, ou em cupinzeiros. Também frequenta casas. Sua picada causa dor muito intensa, sendo necessário aplicar anestésicos do tipo xilocaína. Em crianças ou, nos casos graves aplicar soro antiescorpiônico ou o soro antiaracnídico, que é polivalente.

O escorpião amarelo, apresenta esta cor e uma mancha escura no fim da cauda, bem como uma serrilha. Tem os mesmos hábitos noturnos do escorpião preto. Sua picada provoca uma dor muito forte e, normalmente, o tratamento é só para eliminar a dor, com um anestésico do tipoxilocaína. As recomendações para crianças e adultos, de aplicar soro, também é válida aqui.

 
Vide a reportagem da Revista GLOBO RURAL número 5, de fevereiro de 1986, páginas 62 a 65, intitulada: "Depressa, qual o bicho que te mordeu ?".

Considerações Gerais

 
  Como foi visto acima, dos animais ditos "peçonhentos", a cobra, de longe, é o mais perigoso para o homem do campo.
A maioria sendo de hábitos noturnos e possuindo movimentos lentos, a maior chance de ser picado por uma cobra venenosa é cobra8.jpg quando pisamos nela. Portanto, olhe por onde pisa . Esta é a razão porque a maioria dos acidentes com picadas de cobras acontece na perna, até a altura do joelho. Assim sendo, o Equipamento de Proteção Individual (EPI) mais indicado é uma bota de cano alto, como a que pode ser vista na foto ao lado.

Observou-se, também, que há um soro específico para cada espécie de cobra. Isso nos conduz à necessidade de sabermos identificá-las ou, pelo menos, distinguir entre uma cobra venenosa e outra não venenosa.

fosseta.gif Todas as cobras que têm um orifício (chamado fosseta) entre os olhos e a narina, são venenosas. A coral-verdadeira é a única que não tem. Se tiver essas fossetas e chocalho na cauda, é cascavel. Se tiver fosseta mas não tiver chocalho, é jararaca; a não ser que tenha pele com escamas, como a jaca, sendo nesse caso identificada como picos-de-jaca .Como vimos, a coral-verdadeira é a única cobra venenosa que não tem fossetas. fosseta.gif Entretanto, o seu padrão de cores e desenhos anelados é inconfundível: anéis vermelhos alternados com anéis claros e escuros, em volta de todo o corpo.Além disso, possúi dois dentes salientes, na frente da boca.

cabeca1.gifOutra característica das cobras venenosas é a cabeça triangular, quando vista de cima.

cabeca2.gif Mais uma vez, a cobra coral verdadeira faz excessão, pois sua cabeça não possui a forma triangular.

rabo1.gifA forma relativamente brusca como a cauda se afina, é outra característica marcante das cobras venenosas.

rabo2.gifAqui as corais verdadeiras, também, fogem à regra.

COMO IDENTIFICAR UMA COBRA VENENOSA
  VENENOSA NÃO VENENOSA
CABEÇA triangular arredondada
OLHOS pequenos grandes
FOSSETA tem não tem
DESENHOS DAS ESCAMAS irregulares simétricos
CAUDA afina rapidamente afina gradativamente
DENTES 2 presas dentes pequenos e iguais
PICADA 2 marcas mais profundas orifícios pequenos e iguais

Para os PRIMEIROS SOCORROS no caso de picadas, clique aqui.

 


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