Sílica

A sílica presente no ambiente aquático é proveniente, principalmente, da decomposição de minerais de silicato de alumínio (p.ex., feldspato), frequentes nas rochas sedimentares (Esteves, 1998). Na água, a sílica pode estar sob as seguintes formas: a) íon SiO4 (forma solúvel); b) sílica coloidal e c) sílica particulada (no fitoplâncton).

A sílica pode causar turbidez na água e servir de indicador para avaliar a quantidade de descarga sólida. Assim, estudos realizados em reservatórios da Chesf no baixo rio São Francisco (abr/03), contabilizaram um total de 41.012 t/mês de silicato, além de 21.850 t/mês de material em suspensão.

diatomáceas

Sob a forma solúvel, é um composto de fundamental importância, pois é utilizada pelas algas Diatomáceas (imagem ao lado) na elaboração da sua carapaça. Estas, são os produtores primários mais importantes na maioria dos lagos. Esse fato pode ser comprovado pela estreita relação entre a biomassa de diatomáceas e a concentração de silicato do meio. Além das diatomáceas, outros organismos, como as crisomônodas e os heliozoários, também utilizam sílica para a construção de seus esqueletos.

Distribuição vertical da Sílica

A distribuição vertical da sílica na coluna d´água em lagos de clima temperado, é fortemente influenciada pelas estações do ano. Nos lagos tropicais, esta parece estar mais ligada a períodos de estratificação e desestratificação. Durante a estratificação térmica, ocorre um empobrecimento no epilímnio (zona fótica) e um acúmulo de sílica no hipolímnio. Durante a homotermia, pode ocorrer tanto uma distribuição homogênea em toda a coluna, como uma redução da concentração de sílica na parte superior.

Concentração em Lagos Brasileiros

Dada a abundância da sílica nos solos tropicais (presença de aluminossilicatos), seus valores, quase sempre são elevados, como mostra a Tabela abaixo. Isso evidencia que aqui, a sílica não atua como fator limitante aos produtores primários.

Concentração de sílica em lagos do RJ
(em mg/l)
Lagoa SiO2
Cabiúnas 2,33
Feia 1,50
Iodada 0,24
FONTE:Fund. Limnologia
Esteves, 1998.

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