RESUMOS
 

O presente trabalho teve como principal objetivo padronizar uma técnica de ELISA para detectar a presença de anticorpos reativos especificamente contra o Mycoplasma gallisepticum (MG), em amostras de soro de frangos, que possivelmente contribuirá para o diagnóstico e o controle da enfermidade causada por MG em granjas de todo o País. Para comparação dos resultados obtidos no ELISA foi realizado o teste HI. Foram analisadas sessenta e oito amostras de soros de frangos, colhidas num abatedouro do Rio de Janeiro, onde as aves foram escolhidas ao acaso de três granjas, de municípios fluminenses distintos: 25 soros de Rio Claro/RJ, 20 soros de Maricá/RJ e 23 soros de Lídice/RJ. No ELISA dos 68 soros de frangos analisados, 63,2% (43) foram positivos; 35,3% (24) foram suspeitos; e 1,5% foram negativos (1), sendo que dos soros que apresentaram-se positivos: 15 soros eram da granja de Rio Claro (n=25), 11 soros eram da granja de Maricá (n=20), e 17 soros eram de Lídice (n=23). No teste HI todos os soros teste (n=68) apresentaram-se negativos. Os resultados obtidos no presente trabalho sugerem que o ELISA pode ser o teste sorológico de escolha para a confirmação de soros positivos no SPA para MG, devido à dificuldade de padronização do teste HI e sua pouca sensibilidade e, além disso, com o aumento da dificuldade em se obter antígenos oara SPA, a técnica de ELISA poderá ser considerada como uma alternativa viável para testes de triagem e monitoramento rotineiros para a indústria avícola.

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Foi realizado estudo sobre a pesquisa de Dirofilariose canina na Cidade serrana de Teresópolis, Estado do Rio de Janeiro, onde avaliou-se 400 cães, dos quais 40 oriundos de apreensão municipal e 360 cães cadastrados em clinicas veterinárias da Cidade. Em todos os cães foram feitos teste de Knott modificado para pesquisa de microfilárias e teste de imunomigração rápida (MERIAL), para pesquisa de antígenos na circulação. Os 40 cães de rua foram necropsiados para a pesquisa do parasita adulto no coração, artéria pulmonar e pulmões, somente sendo encontrada uma cadela de rua portadora de microfilaremia não causada pela Dirofilaria immitis, não tendo sido, entretanto, identificada a espécie, uma vez que só foram encontradas duas larvas. Esse animal não apresentou reatividade no teste de imunomigração rápida, assim como na necropsia não foram encontrados parasitos adultos, o que confirmou não se tratar de D. immitis. Como não houve animais portadores de parasitose, não foi possível estabelecer correlação com sexo, idade e estado de higidez. Nenhum dos 400 animais foi reativo ao teste de imunomigração rápida e dos 40 cães de rua necropsiados, nenhum parasito adulto foi encontrado. Concluiu o autor que em locais de baixa freqüência devem ser feitos novos estudos utilizando um número maior de animais, para que se possa aumentar a possibilidade de encontrar o parasita e estabelecer-se parâmetros. O teste de imunomigração rápida mostrou-se especifico, quando relacionado com as necropsias, não apresentando falso positivo.

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O Toxoplasma gondii causa uma das infecções parasitárias mais comum em todo o mundo, afetando o homem e vários animais domésticos. Esta infecção apresenta maior relevância clínica nos indivíduos imunossuprimidos, causando desde uma pneumonia até uma grave encefalite. Durante o período de dezembro de 1999 a novembro de 2000, foram atendidos 77 cães no Hospital Veterinário da UFRRJ, com síndromes nervosas dos quais foram colhidas amostras sangüíneas e submetidas a exame para detecção de anticorpos contra T. gondii através da técnica de imunofluorescência indireta. Os resultados mostraram um total de 19,5% de positividade. A síndrome nervosa mais comum foi a multifocal dentre todos os cães soropositivos, ficando evidenciada a importância de futuros estudos que possa estabelecer uma correlação entre as doenças infecciosas, como a cinomose e infecções por protozoários oportunistas, tal como a toxoplasmose.

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O presente trabalho estabeleceu os parâmetros hematológicos de filhotes de cães em fase de vacinação submetidos ao uso de um imunoestimulante inespecifico a base de Parapoxvirus ovino (Baypamum). Amostras de sangue de 32 cães provenientes de oito ninhadas em fase de primovacinação (52 a 114 dias), foram obtidas para analise laboratorial compreendendo hematócrito, proteínas plasmáticas totais, fibrinogênio, leucometria global e específica associados a exames clínicos periódicos destes animais. Os resultados das análises hematológicas mostraram que o Baypamum em associado a vacinação não acarretou nenhuma alteração clínica em filhotes durante o monitoramento dos animais. Da mesma forma, o uso deste imunoestimulante não alterou o quadro hematológico esperado para filhotes primovacinados, porém, as proteínas plasmáticas totais aumentaram seus níveis progressivamente com o uso do imunoestimulante em relação aos animais controles que foram simplesmente vacinados, levando o autor a crer que estudos complementares, mais específicos são necessários para avaliar a influência a nível de proteinograma a resposta antigênica.

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O presente estudo teve o objetivo de detectar as possíveis variações entre cepas de Mycoplasma gallisepticum por meio de eletroforese em gel de poliacrilamida (SDS-PAGE), assim como avaliar a resposta imune humoral de galinhas vacinadas e não vacinadas utilizando os testes de inibição da hemaglutinação (HI)e imunoblot. Foram examinadas varias cepas de M. gallisepticum por SDS-PAGE onde se detectou pequenas diferenças portanto capazes de distinguir as cepas MG-F K810, MG-F vacina Coopers, MG-Ts11 (vacina Rhodia-Merieux) e MG-S6, através dos seus padrões de perfis protéicos. As analises dos antígenos foram feitas com a transferência das proteínas por Western blot, o que demostrou padrões de reconhecimento imune tanto comuns como restritos entre os quatros soros hiperimunes. A persistência da cepa F vacinal foi demostrada até mesmo em aves não vacinadas, mediante a detecção da proteína de 75Kda que tem sido considerada única desta cepa. No estudo do acompanhamento da resposta imune humoral o antígeno p75 de MG foi detectado por anticorpos duas semanas após a inoculação pelo imunoblot e após quatro semanas no teste de HI.

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O presente estudo mostrou evidências de que ratos tornados hipotireóideos pelo tratamento com metimazol desenvolvem exagerado apetite por sódio, além do que, também ficou evidenciada a capacidade de ratos hipotireóideos responderem à baixa dose de captopril adicionado à ração. Adicionalmente avaliou-se a influência da aldosterona em ratos hipotireóideos com relação a expressão do apetite espontâneo por sódio e após o tratamento com captopril, verificando-se que aumentou significativamente a ingestão diária de NaCI, 8% nos ratos hipotireóideos após 32 dias de administração de metimazol. Após a interrupção do tratamento com captopril a ingestão diária de NaCI 8% atingiu valores superiores a 10,0 ml 100g de peso corporal -1 entre 48 e 60 dias pós-tratamento com metimazol. A administração de aldosterona reduziu significativamente a ingestão espontânea de NaCI 1,8% após o tratamento com captopril. Os resultados demostraram que não obstante os ratos hipotireoideos desenvolverem deficiência na produção de todos os componentes do sistema renina-angiotensina-aldosterona sistêmico a sua capacidade de sintetizar angiotensina II em nível cerebral fica preservada. A reversão parcial da ingestão diária de NaCI 1,8% durante o tratamento com aldosterona possivelmente significa que a retenção de sódio atenua o apetite espontâneo por sal quando o induzido por captopril. Adicionalmente, o envolvimento de receptores ATl na expressão do apetite por sódio foi investigado em ratos hipotireoideos tratados com o antagonista angiotensinérgico Atl, losartan, administrado cronicamente e adicionado ao alimento ou agudamente, por via subcutânea, após a depleção da hidrossalina ou privação de água, sódio e ração. O tratamento com losartan adicionado a ração reduziu significadamente a ingestão de salina hipertônica em ratos hipotireoideos. Mesmo após o aumento da dose de losartan não se verificou redução da ingestão de NaCl, ao contrario, a intensidade do apetite por sódio foi retornando gradualmente aos níveis anteriores. A administração de losartan em ratos hipotireoideos sob depleção hidrossalina reduziu significadamente a ingestão de NaCl e água a privação de água, NaCl e reação em ratos hipotireoideos. Nesta condição, a administração de losartan também induziu uma redução significativa na ingestão de NaCl e água. Os resultados demostram ainda, que, o tratamento oral com losartan inibiu o apetite por sódio espontâneo dos ratos hipotireoideos. O efeito natriorexigênico do captopril foi reduzido pela administração concomitante de losartan o que sugeriu que no hipotireoidismo (assim como no eutireoidismo) a angiotensina II gerada centralmente participou da expressão do apetite por sódio. A continuação do tratamento com losartan em ratos hipotireoideos revelou mecanismo central adicional dependente de angiotensina II. Por outro lado, foi demostrado que tanto a depleção por hidrossalina quanto a privação de água, NaCl e ração induziram um apetite por sódio que em curto prazo dependeu da atividade angiotensinérgica cerebral nos ratos hipotireoideos mediada pela ativação de receptores ATl.

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Foram realizados 17 exames angiográficos digitais, em membros torácicos de eqüinos, posicionados em brete de contenção sob restrição farmacológica, com detomidina associada a acepromazina. O acesso à artéria digital palmar comum II foi feito entre os terços médio e proximal do sulco metacárpico medial, fazendo-se a cateterização, em seguida a dissecção cirúrgica da artéria. As imagens obtidas com o membro na posição ortógrada, abrangeram da região da articulação carpo-metacárpica até a articulação interfalangeana proximal, anquanto que da terceira falange, sobre suporte de acrílico contendo chassis no seu interior, fazendo-se a exposição radiográfica após a injeção de 20ml de ioxaglato de sódio e meglumina como meio de contraste radiopaco.

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Considerando que as lesões glaucomatosas são progressivas e irreversíveis, estudos sobre o aparecimento e comportamento desta enfermidade vêm sendo discutidos na oftalmologia em geral. É sabido que o diagnóstico precoce é de extrema importância para a estabilização e tratamento da mesma. A análise da espessura da camada de fibras nervosas retinianas "in vivo"foi proposto na oftalmologia humana, no sentido de estabelecer as alterações produzidas pelo glaucoma, e tem demonstrado que tais alterações podem ser detectadas até seis anos antes dos primeiros sinais clínicos. Entretanto, na Medicina Veterinária, estes dados carecem de estudo e discussão. Neste experimento foram utilizados dois grupos de cães, com olhos normais e olhos glaucomatosos, que foram submetidos à análise das fibras nervosas retinianas através do analisador de fibras nervosas GDx. Os resultados estatísticos demonstraram que a camada de fibras nervosas dos olhos dos cães glaucomatosos estava mais delgada (p<0,005), confirmando a perda de axônios das células ganglionares em olhos de cães com glaucoma, comparados aos olhos de cães normais.

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Com o intiuto de pesquisar hemoparasitos em aves silvestres no Estado do Rio de Janeiro foram examinados no presente estudo 346 aves de 24 famílias, sendo 131 (13 famílias) em seu ambiente natural, divididas em cinco áreas com características ambientais diferentes, como: tipos vegetacionais, altitude, estado de conservação e localização; 117 (4 famílias), em três locais registrados no IBAMA para manutenção de aves em cativeiro (Criadouro Comercial Rostan, Científico Yanbarberik e Fundação Jardim Zoológico do Rio de Janeiro) e 98 (10 famílias) foram recém apreendidas pelo órgãos fiscalizadores ou aves recentemente doadas por particulares a Fundação do Jardim Zoológico, caracterizando um pequeno tempo de cativeiro.
Vinte das 346 laminas (5,7%) apresentaram hemoparasitos, das 24 famílias de aves examinadas, 8 (33,3%) apresentaram aves positivas, e dentre as 85 espécies coletadas, 15 (17,6%) estavam parasitadas. A família que apresentou o maior número de espécies parasitadas foi a Emberezidae (cinco espécies, oito espécimens), seguida da família Musicapidae com 2 espécies, 5 espécimens e Columbidae (2 espécimens), Formicaiidae Furnaridae, Pipridae, Tyrannidae, Tytonidae respectivamente com uma espécie.
Todos os animais pertencentes aos planteis do Jardim Zoológico do Rio de Janeiro (67 aves), Criadouro Comercial Rostan e Criadouro Científico Yanbarberik (50 aves), forasm negativos para hemoparasitas. Das 98 aves recém apreendias ou recém doadas ao zoológico, 6 foram positivas (6,1%). Das 131 aves de vida livre foram encontradas 14 lâminas positivas (10,6%), quatro das cincos áreas de coleta apresentaram aves positivas.
Os gêneros e formas parasitarias encontradas foram Hemoproteus sp. (6 lâminas/ 30%), Plasmodium sp. (6 lâminas/30%), Microfilária (7 lâminas/35%) e Hepatozoon sp. (1 lâmina/5%).
As prevalências encontradas, assim como as espécies de parasitos, e as espécies de aves parasitadas, foram compatíveis com as encontradas em trabalhos desenvolvidos na América do Sul.

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Foram utilizados neste estudo vinte e quatro cães adultos, sem raça definida, de ambos os sexos e de porte médio. Dentre esses cães, três foram utilizados como parâmetros referenciais, estando clinicamente saudáveis e isentos de endoparasitos e ectoparasitos. Os outros cães apresentavam parasitismo pelo Ancylostoma caninum, comprovado laboratorialmente pelo exame de fezes.
Foram analisados os hemogramas e as amostras de medula óssea, cujos dados foram comparados.
No hemograma a principal alteração observada foi a anemia macrocitica ou normocitica normocronica, onde 80% dos cães examinados apresentavam anemia. Em 59% dos cães que apresentaram anemia não foi observada nenhuma alteração na medula óssea. Os outros 41% apresentaram principalmente hiperplasia eritrocitica e hiperplasia granulocitica eosinofilia. Os cães clinicamente saudáveis, utilizados como parâmetros referenciais, apresentaram hemogramas normais e medulas normoplasicas.

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O eletrocardiograma é um exame não invasivo, de fácil realização, de baixo custo e um preditor de risco valioso no perioperatorio de cães. Considerando que este exame ainda não é rotineiro na pré-anestesia de cães, foi realizado um traçado eletrocardiografico, no plano frontal, em 100 cães de diferentes raças, idade e sexos, que seriam submetidos a um anestésico geral com a finalidade de cirurgias variadas e/ou intervenções médicas diversas. Dos animais 54% apresentaram algum tipo de anormalidade no exame e 21 tipos registradas. As alterações foram: taquicardia sinusal, 42,59% distúrbios inespecificos na despolarização ventricular e arritmia sinusal respiratória, 20,37%, cada; onda R de baixa voltagem - 16,67%; crescimento ventricular esquerdo - 12,96; segmento ST infradesnivelado e crescimento atrial esquerdo - 9,26% cada; bloqueio na condução atrioventricular de 1º grau - 7,4% distúrbios inespecificos na repolarização ventricular - 5,5% bloqueio na condução atrioventricular de 2º grau Mobitz tipo 1, crescimento ventricular direito, crescimento atrial direito e contrações atriais prematuras - 3,7% cada; segmento ST infradesnivelado e de longa duração, intervalo QT longo, pausa sinusal, contrações ventriculares prematuras, crescimento ventricular direito, taquiarritmia sinusal, onda T achatada, crescimento bi-ventricular e onda T alta - 1,85% cada.
Os animais que apresentaram alterações foram divididos, por faixa etária em quatro grupos até três anos de idade; de três até seis anos; de seis até nove anos e animais com mais de nove anos de idade. O grupo de animais com mais de nove anos de idade apresentou percentual, mais alterações - 42,59%, seguido pelo grupo de animais de seis até nove anos de idade - 31,48% e nos outros dois grupos encontrou-se o mesmo percentual de anormalidades - 12,96%..
Conclui-se que: as anormalidades eletrocardiografias ocorreram em cães de todas as faixas etárias e a freqüência destas, assim como, a presença de três ou mais de três anormalidades foram diretamente proporcional a faixa dos animais examinados. A taquicardia sinusal foi a anormalidade mais freqüentemente observada.

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No intervalo compreendido entre fevereiro e novembro de 1999, foram examinadas 201 fêmeas bovinas, das quais 44 (21,8%) foram utilizadas para testar a eficiência do antibiótico florfenicol, para o tratamento parenteral de infecções uterinas inespecificas, no período pós-parto. Foram visitadas 10 propriedades rurais, localizadas em diferentes municípios do Estado do Rio de Janeiro. Foram constituídos três grupos experimentais e estes submetidos aos seguintes tratamentos: Grupo I : fêmeas com ovários lisos/florfenicol; Grupo II: Fêmeas com presença de corpo lúteo/florfenicol + prostaglandina; e, Grupo III: controle (sem tratamento). O florfenicol foi administrado pela via parenteral, na dose de 20mg/kg de peso vivo, duas aplicações, com intervalo de 48 horas. Para avaliação da eficácia deste antibiótico, foi realizado exame microbiológico e antibiograma do conteúdo uterino e verificação da fertilidade, através do diagnostico de prenhez, realizado 60 dias após a inseminação artificial. Os resultados obtidos quanto à fertilidade, foram 100% de prenhez para o Grupo I, 93,3% para o Grupo II e 28,5% para o Grupo III. A sensibilidade in vitro ao florfenicol foi de 90,4% para as oito espécies de microrganismo isolados. Esses resultados atestam a eficácia dos tratamentos nos Grupos I e II, recomendando o uso do florfenicol por via parenteral, para o tratamento das infecções uterinas inespecificas.

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Este estudo foi delineado para se avaliar os efeitos do tartarato de ketanserina tópica a 0,25%, um antagonista seletivo da S2 - sertonina, sobre a cicatrização por segunda intenção em feridas produzidas em ratos ( Rattus norvegicus). Foram utilizados 11 animais, em cada um deles produziu-se duas feridas, cada uma delas pertencendo ao grupo controle ou tratado. Todas as feridas foram limpas diariamente com solução de clorexedine a 0,05% e as do grupo tratado recebiam o gel de tartarato de ketanserina. As áreas das feridas foram registradas a cada 48 horas até sua total epitelização, e o teste tensiométrico foi realizado em quatro animais no 21º dia após a produção das feridas. Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos na tensiometria. A evolução da medida das áreas foi diferente nos dois grupos, ocorrendo retração significantemente maior entre o 3º e o 5º dia de tratamento no grupo tratado, concluindo-se que o tartarato de ketanserina teve influência sobre a fase estacionária da retração cicatricial.

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Diante da ausência de pesquisa referentes ao desenvolvimento de produtos para o controle do parasitismo de morcegos hematófagos Desmodus rotundus em caprinos, pretendeu-se testar a eficiência da Warfarina Técnica para este fim.
Foi necessário, numa etapa preliminar, estudar o comportamento de ataque dos morcegos nesta espécie, em condições de cativeiro. Para tal foram utilizados dois grupos de observação contendo, cada um, três caprinos e seis morcegos.
Foram feitos levantamentos diários, no período da manhã, dos ferimentos causados pelos morcegos. Tais ocorrências eram registradas em mapas corporais além disto, resultados de observação noturnas, feitas pela pesquisadora auxiliada por uma bolsista de iniciação cientifica, eram sistematicamente anotadas. Os dados obtidos nesta etapa revelaram que os morcegos pousaram diretamente sobre o corpo dos caprinos em 85,82% das aproximação e que preferiram, para se alimentar as regiões: a) superior 90,24% e b) anterior 80,49%, em detrimento das opostas.
Com base nessas observações, optou-se por utilizar uma suspensão de Warfarina Técnica a 2% em Vaselina líquida, por aspersão, na região dorso-lombar do corpo dos caprinos para a realização do experimento pretendido. Na fase experimental propriamente dita, foram utilizados um grupo teste e outro controle, cada um composto por três caprinos e seis morcegos D. rotundus, em condições de cativeiro. O grupo controle recebeu a aspersão de um placebo contendo apenas Vaselina líquida. Após um primeiro experimento, com intuito de aumentar a significância estatística dos dados obtidos, foi realizada uma segunda etapa, em que se repetiu o procedimento anteriormente adotado. O produto testado foi capaz de intoxicar fatalmente 100% dos morcegos entre o 3º e 11º dia após a sua aplicação.

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Este estudo teve como a avaliação da imunização de cães com a vacina Fuenzalida - Palácios em campanha de vacinação anti-rábica. Este trabalho foi realizado no município de Paracambí, Estado do Rio de Janeiro, em três localidades sócio-economicamente semelhantes, situadas na área urbana. Foi avaliado um total de 150 cães adultos, de ambos os sexos, independente de raça e peso, sendo que todos possuíam histórico vacinal anterior.
A seleção dos animais enquadrados nos padrões de avaliação foi efetuada em postos fixos de vacinação. Antecedendo a amostragem, realizou-se uma pesquisa e entrevista com os proprietários doa animais a fim de se obter informações referentes à idade, raça, sexo, número de vacinações, tipo de alimentação, número de vermifugações, regime de criação e estado nutricional.
O experimento constou de três etapas, quando foram coletados, aproximadamente, cinco mililitros de sangue de cada animal, no momento anterior à vacinação (etapa 1), trinta dias após a vacinação (etapa 2) e um ano após a vacinação etapa 3). Tais amostras foram submetidas a avaliação sorológica visando a detecção do nível de anticorpos anti-rábicos, através da técnica da contraimunoeletroforese.
De acordo com os resultados contatou-se que dentre os animais estudados, 2(1,8%) apresentavam o titulo de proteção antes da vacinação, enquanto que 30 dias e um ano após a vacinação os cães que apresentaram títulos de proteção foram equivalentes a 27 (24,3%) e 9 (8,1%), respectivamente. Não houve diferença estatisticamente significativa quanto a presença ou ausência de anticorpos em relação ao sexo, idade, raça ou tipo de alimentação. Cães criados em ambiente domiciliar apresentaram o titulo de anticorpos significativamente superior quando comparados aos cães criados em ambiente semi-domiciliar.
Através deste trabalho pode-se concluir que a vacina fluenzalida-palacios não proporcionou o titulo mínimo de proteção após 12 meses da vacinação para a maioria dos cães e que o ambiente de criação dos cães pode interferir na sua produção de anticorpos.

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Este estudo foi realizado para investigar os aspectos nutricionais e patológicos do consumo de polpa de citros como fonte de fibra na alimentação de cães. Para tal, dez animais foram distribuídos em três tratamentos: (1) dois animais comendo apenas uma ração controle; (2) quatro ingerindo 7% de polpa de citros (7 % PC) e 93% da ração controle; (3) quatro consumindo 14 % de polpa de citros ( 14% PC) e 86% da ração controle. O período experimental durou 164 dias. Foram realizadas periodicamente pesagens, avaliação da digestibilidade aparente da matéria seca (MS) e da proteína bruta (PB), hemogramas, contagens de plaquetas e de reticulocitos, tempo de coagulação do sangue e bioquímica sérica de todos os animais. Ao término do estudo, todos os animais foram sacrificados, necropsiados e fragmentos de tecidos foram enviados para exames histopatologicos. Enquanto que os animais controles mantiveram seu peso, houve uma progressiva emaciação nos animais que ingeriram 7 e 14 % de polpa de citros. A digestibilidade da MS e da PB, nos primeiros 30 dias, praticamente foi similar entre os grupos experimentais. Entretanto, especialmente após 60 dias, a digestibilidade foi sensivelmente reduzida nos animais que recebiam a polpa de citros. A partir dos resultados dos hemogramas e da bioquímica sérica não foi possível extrair informações claras sobre a toxicidade da polpa de citros utilizada neste experimento. Durante as necropsias, notou-se um espessamento da parede dos intestinos de todos animais que comeram a polpa de citros. Dos exames histopatologicos, pode-se verificar que as lesões no fígado dos animais que receberam o polpa de citros guardaram similaridade com às descritas na intoxicação pela polpa de citros em bovinos. Em função da perda de peso causada nos animais, da redução na digestibilidade da MS e da PB e, possivelmente, dos riscos de uma intoxicação, é pouco prudente a utilização da polpa de citros como fonte de fibra na alimentação dos cães.

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Com o objetivo de descrever alterações neoplásicas e não-neoplásicas ainda não reportadas e, paralelamente, reclassifica-las de acordo com nomenclatura mais completa e atual utilizada em Medicina Humana, foram estudadas, histologicamente, lesões da bexiga de 59 bovinos com hematúria Enzoótica Bovina ( enfermidade causada pela ingestão de Pteridium aquilinum), oriundos dos Estados do Rio de janeiro, São Paulo, Minas Gerais Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Amazonas.
Verificou-se, em termos qualitativos, quase uma perfeita identidade com as lesões de bexiga observadas em seres humanos. Comparações mais exatas com relação à freqüência dessas alterações ficaram prejudicadas, dadas a ocorrência de duas ou mais neoplasias em um mesmo animal e as diferenças da metodologia empregada ou do conceito de classificação. Coexistente entre neoplasias diversas, epiteliais e/ou mesenquimais, foi vista com freqüência.
Neoplasias raras, ainda não descritas na bexiga de bovinos, como carcinoma trabecular com diferenciação em células de Paneth, adenoma e adenocarcinoma mesoneforides simples e com doferenciação em células cromófobas, carcinoma "signet ring" (anel de sinete), carcinoma plasmocitóide, carcinoma de células cromófobas, carcinoma transicional tipo ninhado e carcinoma sarcomatóide foram observadas na bexiga de alguns animais com HEB. Também foi identificada malignização de tumores benignos, como por exemplo a transformação de hemangiomas em hemangiossarcomas.
O estudo revelou, ainda, a ocorrência de diversos tumores com anaplasia e caracter infiltrativo acentuados, incapazes, porém, de metastizarem. O esclarecimento da (s) causa (s) dessa "barreira à metástase" e suas relações com a carcinogênese química induzida pelo ptaquilosídeo talvez possa ser de interesse em futuros estudos que visem combater o câncer no homem e nos animais.

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Dirofilaria immitis é uma nematodeose transmitida por culicideos, comumente diagnosticada em cães de todo mundo. Os estudos sobre a fauna culicídica foram conduzidos de agosto de 2000 a julho de 2001 no bairro do Itanhangá, Rio de Janeiro, RJ. Capturas semanais foram realizadas com armadilhas CDC e isca humana, sempre nos mesmos dois locais. Um total de 858 mosquitos de 13 espécies diferentes e oito gêneros foi capturado. Destes, Aedes scapularis (58,5%), Culex quinquefasciatus (18,9%), Aedes albopictus (12,5%), Aedes aegypti (2,8%, Wyeomyia confusa (2,8%) e Aedes taeniorhynchus (1,2% foram os mais freqüentes. Para atualizar a freqüência da infecção por D. immitis, 204 amostras de sangue canino foram examinadas sendo que nenhuma apresentou microfilárias embora, quatro (1,96%), apresentaram antígenos do parasita adulto. Apesar de no Itanhangá haver fauna culicídica capaz de transmitir o helminto D. immitis, de haver cães parasitados pelo nematóide e cães susceptíveis, parece estar ocorrendo transmissão discreta.

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Foram estudados um total de 85 éguas e 88 potros, com idade que variaram dos 30 aos 150 dias, em três regiões especificas, oeste, sul e baixada fluminense, no Estado do Rio de Janeiro. Este estudo foi conduzido para avaliar o grau de parasitismo, o percentual de aparecimento de carrapatos, os seus respectivos gêneros e sua localização no corpo ou orelha dos animais, direcionando-se à raça Mangalarga Marchador, em criatórios com tipos de manejo extensivo e semi-extensivo. O maior percentual foi observado no gênero Amblyomma parasitando o corpo dos animais em ambos os manejos e a predominância do gênero Dermacentor ocorreu na orelha. O menor percentual de animais parasitados foi verificado nos potros até os 30 dias de idade. Foram constatados os tipos e as freqüências de controle, com produtos acaricidas, dos seguintes grupos químicos: Organofosforados, imidinas e piretroides.

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Foram estudadas as alterações clinicas, hematológicas e bioquimico-séricas em um grupo de seis bovinos infestados experimentalmente com 200 larvas de primeiro instar (LI) de Cochliomyia hominivorax por animal e com outro grupo de seis animais, utilizado como controle. Os dois grupos foram monitorados diariamente, até 14 dias após a infextação, com avaliação dos parâmetros clínicos e colheita de amostras de sangue, para analise do hemograma e do proteinograma. Em relação aos parâmetros clínicos estudados (temperatura retal, freqüência cardíacas e respiratórias), os valores estiveram acima do máximo de normalidade, particularmente no segundo, terceiro, quinto e sexto dias após infestação. Houve diferenças significativas (P> 0,05) entre as médias dos mesmos, nos grupos infestado e controle, durante o período estudado, o que também foi observado em relação à série vermelha do hemograma e às determinações de eletrólitos. Em relação à serie branca do hemograma, foram observadas linfocitopenia e neutrofilia, do segundo até o sétimo dias após a infestação nos bovinos. Com relação ao proteinograma, as médias das concentrações de proteínas totais, albumina, a1 e a2-globulinas foram significativamente maiores no grupo infestado, enquanto que a média da concentração de B- globulina foi significativamente inferior em relação ao controle.

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