MAPA MENTAL DA EUTROFIZAÇÃO DE AÇUDES

açude

A eutrofização é um fenômeno indesejável que ocorre principalmente em lagos, represas e açudes, causado pelo acúmulo de nutrientes como Nitrogênio e Fósforo, encontrados em abundância nas fezes de homens e animais. A água enriquecida faz com que proliferem bactérias, plâncton e algas, muitas delas tóxicas que, ao morrerem causam gosto e odores desagradáveis, além de consumirem oxigênio dissolvido e matarem peixes.

9.1 - CAUSAS

9.1.1 - Erosão. O solo agrícola contem, naturalmente ou proveniente da adubação, o Nitrogênio e o Fósforo, principais responsáveis pelo enriquecimento da água e a conseqüente eutrofização.

9.1.2 - Poluição. A eutrofização está geralmente associada à ocupação da área de drenagem da bacia do açude, seja pelo desmatamento, urbanização, agropecuária ou indústria. O desmatamento, provoca a erosão do solo; a urbanização, a contribuição das fezes dos moradores; a indústria, com seus efluentes e a agropecuária, com as fezes do gado bovino, suíno e de aves, além da ração utilizada nas gaiolas ou redes submersas onde são criados os peixes.

9.1.3 - Morfologia. O lago, com a transparência de suas águas e com suas características morfológicas, também colabora ou não com o processo de eutrofização. Fenômenos que podem afetar a transparência estão relacionados à presença de sedimentos (erosão ou enxurrada), proliferação de microrganismos (bactérias e algas) e, em menor escala à cor da água. Entre os aspectos morfológicos, merecem destaque: a área, volume, profundidade (máxima, média e relativa), fator de envolvimento (relação entre a área da bacia e a do espelho d´água), desenvolvimento do perímetro (relação entre o perímetro do lago e o de um círculo de mesma área do espelho) e o tempo de retenção hidráulico, entre outros. Profundidade média é a relação do volume pela área do açude. Profundidade relativa é a razão da profundidade máxima do açude (Zm) e o diâmetro médio do lago na superfície, em percentagem. Por sua vez, diâmetro médio é a relação entre a área do espelho d´água e o comprimento máximo do lago.

9.2 - CONSEQUÊNCIAS

9.2.1 - Algas tóxicas. Uma das primeiras conseqüências do enriquecimento excessivo das águas dos açudes, é a proliferação de algas clorofiladas, algumas delas tóxicas.

9.2.1 - Maus odores. Ao morrerem, essas algas provocam a liberação de substâncias que causam maus odores.

9.3 - INDICADORES.

Com exceção do Fósforo, os indicadores da eutrofização de lagos aqui apresentados, têm três graus de periculosidade: baixo, médio e alto, de acordo com sua ordem de apresentação. Eles foram reproduzidos do trabalho Avaliação da Vulnerabilidade Ambiental de Reservatórios à Eutrofização, da pesquisadora da Embapa Maria Cléa B. Figueiredo et ali., publicado na revista Engenharia Sanitária e Ambiental, ABES, v.12, n.4, out/dez 2007, p.399-409.

9.3.1 - Fósforo. Carga proveniente das vilas localizadas até 500m do espelho d´água dos açudes, com população residente levantada pela Fundação Nacional de Saúde (FUNASA). Como nessas vilas nordestinas não existe esgotamento sanitário, considerou-se que cada pessoa gera, em média, 100 l/d de esgoto bruto, com uma concentração de fósforo de 14mg/l ou 14mg/hab.d de P (Sperling, 1995). Para a carga proveniente de bovinos, considerou-se que ela é, em média, 9 vezes a carga gerada pelo esgoto bruto humano; apenas para a criação que ocorre às margens do açude (BNB, 1998). O tamanho do rebanho foi estimado considerando-se a relação entre o total de cabeças e a população na bacia estudada, de acordo com o censo do IBGE (2000). Para a carga proveniente da piscicultura, considerou-se que a produção de uma tonelada de peixes gera 15 quilos de Fósforo Total (Proença, 2006), ou seja, peixe = 15kg/t. A produção total de peixe em gaiolas foi obtida em levantamentos de campo, junto ao Departamento Nacional de Obras contra as Secas (DNOCS).

9.3.2 - Solo. As Classes de Solo com suas respectivas vulnerabilidades à erosão (fator de erodibilidade k) utilizadas como indicadores foram as seguintes:
a) Baixa: k=0,015 a 0,025 (Podzólico Vermelho-Amarelo e Planossolo Solódico);
b) Média: k = 0,025 a 0,034 (Bruno Não-Cálcico, Litólico e Areia Quartzosa); e
c) Alta: k = 0,034 a 0,044 (Podzólico Vermelhp-Amarelo Eutrófico e Latossolo Vermelho-Amarelo).

9.3.3 - Uso da terra. Vulnerabilidade:
a) Baixa: vegetação densa e mata ciliar;
b) Média: vegetação esparsa; e
c) Alta: solo exposto e área irrigada.

9.3.4 - Chuva. Vulnerabilidade à intensidade pluviométrica (mm/mês):
a) Baixa: < 50;
b) Média: 50 a 525; e
c) Alta: > 525.

9.3.5 - Declividade. Vulnerabilidades à declividade dos terrenos da bacia (%):
a) Baixa: até 6;
b) Média: 6 a 20; e
c) Alta: > 20.

9.3.6 - Profundidade relativa. Vulnerabilidades à Prof.relativa - Zr (%):
a) Baixa: >4;
b) Média: 2 a 4; e
c) Alta: <2.

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