Riscos da Pesca

Pesca Artesanal


pesca artesanal

A pesca artesanal (ou extrativa) no Brasil, infelizmente, apresenta limitadas condições de expansão, seja pela falta de políticas públicas, pobreza natural das águas, diminuição dos estoques naturais, sobrepesca, poluição dos mananciais por esgoto doméstico, industrial, agrotóxicos e derramamento (acidental) de óleo de dutos e petroleiros. O nivel de escolaridade do pescador artesanal, muitas vezes é baixo (quando ele não é completamente analfabeto), constituindo-se em mais um entrave para o progresso dessa atividade, outrora pujante.

Por ter sua atuação limitada a poucos metros da praia, graças aos também limitados recursos navegacionais do seu barco, os riscos de acidentes a que estão sujeitos são relativamente menores do que os dos pescadores industriais, mas superiores aos da aquicultura.

curral

As atividades laborais dos pescadores artesanais são bem diversificadas e dependem do tipo de manancial onde atuam (mar, estuário, lago, rio, mangue, etc.), das artes de pesca que utilizam (anzol, espinhel, rede, tarrafa, armadilhas, curral como o da foto ou outro) e do objetivo principal de sua captura (peixes, mariscos, crustáceos, etc.).

rede de pesca

Os riscos de acidentes a que estão expostos são vários, mas podem ser reunidos nos seguintes grupos:

peixes perigosos

Por trabalharem descalços e sem luvas, a maioria das lesões ocorrem justamente nos pés e nas mãos. Alguns peixes mais perigosos são:
> raias = picadas dolorosas com seu ferrão;
> peixe-agula = lesões perfutantes (são atraídos pela luz);
> lancetas = espinho na cauda costuma furar as mãos;
> peixes de bico (como o espardate) = lesões perfurantes;
> peixes ósseos (como o bagre da foto e cascudo) = esporão; e
> espinha de peixe, já comido, deixada ao acaso no chão.

anzol

Um instrumento de trabalho inseparável do pescador artesanal é o anzol. Uma curiosidade que aprendi num Curso de Cooperativismo Pesqueiro que fiz na Espanha há alguns anos atrás, é como se deve retirar o anzol que tenha penetrado na pele de um companheiro. Com um alicate, corta-se a cabeça do anzol (onde fica preso à linha) e, simplesmente, dá-se a volta completa, ou seja, com a mão, continua-se a sua trajetória perfurante, até ele sair completamente pela parte que foi cortada.

E já que estamos falando em primeiros socorros, nos casos acima de perfurações por partes duras dos peixes, devemos proceder assim:
1) lavamos bem o ferimento com água limpa (ou até mesmo do mar);
2) lavar com água quente (45 a 50 graus centígrados) por 30 a 90 min (para aliviar a dor);
3) aplicar injeção intravenosa de gluconato de cálcio a 10% (no caso de espasmo muscular);
4) usar anestésicos (lidocaína ou procaína a 2%) para debelar a dor; e
5) tomar antibiótico de largo espectro durante 7 a 21 dias (se infeccionar).
Estas aplicações devem ser feitas, logicamente, por alguém da área de saúde.



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